Boas Vindas

"Quando o Nada e o Vazio se juntaram, criaram Arton e os vinte Deuses do Panteão... Blá, blá, blá. Adianta até a parte onde eu ganho XP!!!"

13 de jun. de 2011

A Bárbara e o Necromante - Parte 3

Depois de outro grande atraso graças ao meu Notebook estar em reformas, trago a todos mais uma parte da saga do meu NPC favorito nas mesas que mestro em Tormenta d20. E em breve, postarei as fichas de personagem de Eric Hatcher (Necromante 11) e Renka Rûk-Obârth (Bárbara 13).




Surpreso, e ainda mais aliviado, o mago poderia enfim agradecer sua salvadora do único modo que sabia. Ainda assim a timidez atrapalhava o que ele queria dizer.

- Agradeço pela sua ajuda. Eu...

- Não fala... Tá ferido. Descansa...

A híbrida o interrompia com a voz ríspida, mas Eric percebeu que ela só o queria seguro. Suas palavras simples e até esforçadas a deixavam envergonhada. Talvez o tempo sozinha colaborasse com a dificuldade na dicção, deixando-a ainda mais peculiar.

- Não se preocupe, estou bem melhor agora. Mas... Como você conseguiu matar aquele monstro?

Eric não acreditava que uma mulher, mesmo uma meio-orc, teria tamanha força para matar um crocodilo gigante como aquele, que atacara seu grupo matando a todos e, por fração de segundo, quase dando ao necromante o mesmo destino. Sim, ele podia ver aqueles músculos definidos e o corpo atlético de quem é um com a natureza, mas achava tudo isso difícil demais. A mulher parecia surpresa, escondeu um sorriso, como se pudesse gabar do que fizera.

- Tive sorte. Acertei ele na cabeça quando ele não me via. Morreu na hora...

E mostrando os dois largos machados presos às costas por uma corda, permitiu rir-se um pouco. Eric sorriu desajeitado enquanto ela fitava curiosa seu rosto, outra vez o seu ficava vermelho. Perguntou com a inocência de uma criança.

- Por que seus olhos são assim diferentes?

Dessa vez o sorriso de Eric era uma risada bem mais desontraída.

- De onde eu venho, todos tem olhos estranhos. Eu nasci assim, não sei por quê...

No reino de Collen, todos nascem com olhos de cores e formatos de pupilas diferentes, exóticas. Em certos casos, os olhos tinham cores ou formatos diferentes em cada olho. Enquanto Eric tinha o olho direito castanho, seu olho esquerdo possuia a íris totalmente branca, só a pupila negra aparecia como um ponto de tinta negra no globo ocular. A ele não cabia explicar sobre sua terra natal, talvez a bárbara nem conhecesse o Reinado, o que esperar da minúscula ilha de Collen?

- Tá com fome? Eu faço a comida agora, e você descansa mais um pouco.

De um salto, a mulher de pele cinzenta agarrou o javali morto pelas presas e o arrastou porta afora. Em menos de um minuto já se podia ouvir a pele do animal sendo arrancada por uma lâmina.

- Ela é bem objetiva, não? - Eric murmurava em sua cama improvisada.

Ao olhar para o teto, feito de palha e grandes folhas de palmeira, percebeu como os raios de sol esgueiravam cabana adentro. Pela posição da luz, concluiu que estavam a um par de horas do meio-dia. Contra os pedidos anteriores da meio-orc ele tentou com esforço, levantar da cama. Os cabelos negros e lisos, antes cobertos por peles de animais como colchonetes, pendiam livremente até chegarem a um palmo da cintura. A pele muito pálida do corpo nu e franzino mesclava em cores com os raios de sol, dando um aspecto vampiresco ao mago. Viu que suas roupas estavam ao lado e as vestiu. As vestes negras cobriram o profundo corte no tórax e a atadura de ervas. Conferiu rapidamente o conteúdo dos bolsos no sobretudo, seus componentes e ferramentas estavam ali, não desconfiara da jovem meio-orc, apenas esperava ter perdido algo quando sucumbira ao réptil gigante.

Decidiu deixar seu casaco de lado, o calor e o peso não lhe permitiam o contrário. Do mesmo, não adornou o colar prateado em forma de lua crescente que levava sempre. O simbolo sagrado de Tenebra, a deusa da noite a quem Eric venera, pouco ajudaria enquanto o deus sol Azgher queimasse os céus em sua ronda diária. Apenas confiou em seu cajado de ébano e marfim para se apoiar.

Confiara sua vida em involuntario a uma bárbara, e agora interessava-se voluntariamente em conhecê-la...

Um comentário:

Vane disse...

Quero ver o mago fazer cara de nojinho pra comida, hahahaha.

Cuidado que, se ele mijar fora do pote, a bárbara o esfola!